Nem tudo é diamante, nem tudo é ouro, nem tudo são flores...
Assim como em todos os lugares, há sempre o outro lado da moeda. Todas as cidades, todas as nações, precisam enfrentar seus problemas sociais, e todos eles são desafios que exigem esforço. Vários países do Continente Africano são conhecidos por sua pobreza, pela fome, enfim, por uma miséria que impacta a todos. Aqui na África do Sul, embora apresente seu lado desenvolvido, bonito, tem também um lado muito feio e não menos desafiador. Aliás, trata-se de um quadro social estarrecedor, com índices de degradação alarmantes.A composição racial apresenta aproximadamente 15% de brancos, 10% de mulatos e os demais 75% são negros, sendo que a maior parte desses negros vive em favelas, guardando ainda muitos princípios tribais. Há 11 idiomas considerados oficiais, dos quais apenas o Africaans e o Inglês não têm sua origem nessas tribos. Um detalhe interessante é que os mulatos se originaram nesta região sul do continente, onde ainda permanece concentrada a maior parte deles.
Com relação às favelas, há que se entender que não se trata de uma pequena vila, mas sim de uma cidade quanto à quantidade de pessoas e de um submundo quanto às condições de vida. E, quando se fala em falta de condições de vida, não significa apenas a falta de alimentos, mas tudo que se possa imaginar de problemas sociais.
Falta de higiene, moradias pequenas e construídas com sobras de materiais, acúmulo de pessoas numa mesma casa, promiscuidade, estupros, enfermidades diversas, especialmente o altíssimo índice de AIDs e tuberculose, alcoolismo, drogas, trazendo como consequência mortandade elevada e deixando muitas crianças órfãs, tudo isso se sobrepondo a uma cultura difícil de ser alterada faz destes problemas um verdadeiro gigante.
Muitos são, evidentemente, os projetos em andamento com o propósito de reverter esse quadro. A própria Jocum (jovens com uma missão), há 12 anos instalada em Worcester, tem vários projetos sendo aplicados nessas favelas. Mas as soluções não dependem apenas de boa vontade, ou simplesmente de uma montanha de dinheiro. Elas precisam ter origem na disposição de pessoas que entendam ser este um desafio de toda a humanidade, de modo que idéias milagrosas sejam encontradas, sabendo que a reversão depende de um trabalho paciente na área do ensino sistemático para que mudanças na mentalidade sejam alcançadas. Uma idéia que está sendo aplicada é a retirada de algumas famílias da favela onde moram, colocando-as em outro local com condições melhores onde possam aprender diversos princípios, para depois retornarem e influenciarem a todos do seu relacionamento anterior. Parece ser uma forma inteligente, pois a aprendizagem num ambiente totalmente “contaminado” é bastante difícil.
Olhando para essa triste realidade que não pode ficar invisível aos olhos do mundo, surgem perguntas para meditar: Qual seria a situação desse universo de pessoas se tivesse ficado à parte da influência do homem branco? A globalização veio para ajudar na solução desse tipo de problema ou para intensificá-lo? Qual é a nossa missão ou participação? Podemos auxiliar de que maneira? Trabalhando diretamente, dando alguma idéia solucionadora, investindo financeiramente, ou apenas ficar assistindo ao triste destino dessa gente?
(FGH)
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